segunda-feira, 28 de abril de 2014

Os Rituais de Consumo

       Os Bens de consumo movem a vida dos consumidores de uma forma geral. O consumo na sociedade se dá de forma geral como uma espécie de "Ritual" esse ritual pode ser troca,posse,cuidados pessoais e alienação. O Ritual é uma oportunidade de rever símbolos e significado da ordem cultural, outras formas de ritual são dedicadas a diferentes fins sociais algumas para dar "realidade experiencial" a determinados princípios e conceitos culturais, outras para criar determinados contratos políticos, esses rituais atende a diversos fins.Em alguns países o ritual é usado para transferir significado do bens para os indivíduos, cada ritual representa um estágio diferente pelo qual o significado se move do bem de consumo para o consumidor individual.
      O Ritual de troca por exemplo uns dos mais usados principalmente no Natal e em Aniversários é o primeiro de vários rituais existentes no nosso dia a dia, uma pessoa escolhe, compra e oferece bens de consumo à outra, essa movimentação de bens é também uma movimentação de propriedade.Muitas vezes quem dá o presente escolhe um item porque possui propriedades significativas que deseja transferir ao recebedor.O recebedor daquele presente é também recebedor de um conceito específico de si mesmo.Os rituais de posse por sua vez é o segundo estágio da trajetória da movimentação do significado cultural por meio de rituais de posse as pessoas movem o significado cultural de seus bens para sua vida.O significado que os gestos pessoais transferem aos bens é o significado da coletividade na forma dada pela experiência pessoal do consumidor individual.
      O objetivo do ritual de cuidados especiais é tomar os cuidados necessários para garantir que as propriedades especiais e  perecíveis residentes em determinadas roupas, cortes de cabelo e aparência.Os rituais que adotamos quando vamos "sair" para uma noitada o cuidado, a aparência, a ansiedade com que uma pessoa se prepara para o "escrutínio publico"os rituais de cuidados pessoais armam aqueles que vão sair com as propriedades glamourosas e significativas que há em seus melhores bens de consumo.
         Karl Marx enfatiza as relações estabelecidas no ato consumo e os distingue.O consumo produtivo está relacionado à reprodução dos meios de de produção um exemplo são as estradas, o consumo de energia que são indispensáveis ou mesmo de escolas e hospitais que são fundamentais para a reprodução da força de trabalho.
       Temos também o consumo individual que são o consumo de alimentos e o consumo de luxo embora seja também um tipo de consumo individual extrapola as necessidades básicas.O consumo produtivo em relação aos demais se situa no âmbito do consumo coletivo uma estrada ou o consumo de energia, tanto quanto uma escola ou um hospital são construídos para serem consumidos coletivamente.Seu valor de uso é coletivo e responde a uma necessidade social que só pode ser satisfeita coletivamente.



quinta-feira, 24 de abril de 2014

O jovem e o consumo na cidade

Foi a partir do século XX que os jovens começaram a ter uma participação ativa no mercado consumidor,se tornaram dominantes no que tange as economias de mercados desenvolvidos, na aquisição de novas tecnologias;assim como foi espantosa a sua inclusão explosiva na aquisição de produtos principalmente os que envolvem as tecnologias ,é impressionante também a maneira que esses jovens absorvem rapidamente tudo o que envolve tecnologia.É por terem esta facilidade ou uma maior habilidade no manuseio destes aparelhos, os papeis se inverteram pois os filhos jovens ensinam os seus pais como deve usar as novas tecnologias.E com o desenvolver do século XX novas tecnologias surgiram e o lançamento de novos aparelhos com alto nível de tecnologia surpreenderam até os mais jovens que já estão acostumados com aparelhos modernos e com alto conexão da internet, o consumo destas tecnologias é presente em mais de 74% da vida dos jovens brasileiros.(BAUMAN,2001)

A psicóloga no vídeo acima mostra os vários tipos de jovens em relação ao consumo e os alerta para os perigos que isso pode acarretar.Fala também das maneiras de "prevenir" esse consumo desenfreado, fazendo com que elas tenham motivações maiores no futuro para que a vontade de poupar venha a surgir.Ela diz também que há uma "cura" para aqueles que já está em um estado crítico da doença.E essa "cura" é o crescimento desses jovens.Segundo os psicólogos quando os jovens atingirem a fase adulta e ingressarem no mercado de trabalho outras coisas lhe serão atingidas,além da aparência e do poder aquisitivo.Ter responsabilidade é uma dessas coisas e com isso o jovem, aos poucos, abandonará as etiquetas externas e as compras excessivas.

Publicidade e consumo

     O conceito de sociedade de consumo é um dos conceitos usados para caracterizar a época contemporânea, que é a era das massas. Os Estados Unidos da América foram o primeiro país em que se verificou a sociedade de consumo, já após a Primeira Grande Guerra (numa euforia que foi fortemente abalada pela Grande Depressão), mas sobretudo após a Segunda Guerra Mundial. Enquanto durante um século de Revolução Industrial o consumo e o tipo de vida não haviam modificado profundamente as sociedades em vias de industrialização, desde o fim do século XIX ao fim do século XX, e não obstante as crises e as guerras, o consumo sofreu uma grande mudança. A economia de mercado, apoiada pelo marketing, é definida pela produção e pelo consumo de massas.
            Para Aristóteles a felicidade não está ligada aos prazeres ou as riquezas, mas a atividade prática da razão. Em sua opinião,  a capacidade de pensar é o que há de melhor no ser humano, uma vez que a razão é nosso melhor guia. Se o que caracteriza o homem é o pensar, então esta e sua maior virtude e, portanto, reside nela à felicidade humana.  “Aristóteles, fiel aos princípios de sua filosofia especulativa, e após ter feito uma análise e um estudo da psicologia humana, verifica que em todos os seus atos o homem se orienta necessariamente pela idéia de bem e de felicidade e que nenhum dos bens comumente procurados (a honra, a riqueza, o prazer) preenche esse ideal de felicidade. Daí a sua conclusão: primeiro, a felicidade humana deverá consistir numa atividade, pois o ato é superior a potência; segundo, deverá ser uma atividade relacionada com a faculdade humana mais perfeita que é a inteligência (…)”. (Costa,1993, p.67) 
          O consumo pessoal desempenha um papel central. Uma parte do orçamento doméstico é consagrado a compras de bens e serviços, por vezes, menos utilitários do que simbólicos ou carregados de significação cultural: lazer, informação, educação, saúde, moda, etc.A publicidade é um dos pilares da sociedade de consumo. As suas imagens representam a época em que vivemos. A realidade mostrada é um reflexo dos desejos dos indivíduos. A publicidade cria-lhes novas necessidades, apresenta-lhes paraísos inacessíveis, contribuindo, por outro lado, para manter uma sociedade estereotipada.
          A publicidade funciona como método em potencial de transferência de significado, reunindo o bem de consumo e uma representação do mundo culturalmente constituído no contexto de uma peça publicitária. O diretor de criação de uma agência publicitária procura ligar esses dois elementos de tal maneira que o espectador/leitor perceba entre eles uma similaridade essencial. Quando essa equivalência simbólica é estabelecida com sucesso, o espectador/leitor atribui ao bem de consumo determinadas propriedades que sabe existirem no mundo culturalmente constituído. As propriedades conhecidas do mundo culturalmente constituído passam, assim, a residir nas propriedades desconhecidas do bem de consumo, e se realiza a transferência de significado do mundo para o bem (Grant McCracken). 


Sociedade de Consumo


Na Sociedade contemporânea os meios de comunicação em massa nos instruem a adquirir bens ou serviços cada dia mais atuais, coisas que normalmente supérfluas. O Filósofo Karl Marx que viveu durante a industrialização, criou uma teoria sobre o fetichismo da mercadoria onde ele dizia: "a mercadoria é uma ilusão sobre o produto, forjada pelo capitalismo".  As pessoas são atraídas pelas tantas formas de divulgação e propagandas fazendo você acreditar que precisa de fato adquirir sempre um novo produto. Um produto que hoje se lança, amanhã já se torna ultrapassado. 
As principais características do consumismo são: o desejo da  aquisição do supérfluo, a insaciabilidade, a constante insatisfação que quase gera uma nova necessidade, criando assim um ciclo vicioso.
  O consumismo a ser mediador social. O consumo serve de base para uma relação social,na qual interesses, gosto e preferencias se perdem. Segundo o filósofo e sociólogo Theodor Adorno, ao se criar um sistema massificado da cultura pela mercadificação dos bens, culturais, a industria cultural produziria, simultaneamente, a padronização e homogeneização do gosto e das escolhas, retirando desse processo qualquer foma de expressão subjetiva individual.
Foram criados estilos de vida e padrões de consumo que faziam de um determinado grupo referencia. As pessoas compram para serem aceitas dentro de um determinado grupo, tribo, etc. A luta por essa aceitação vai além do que se pensa e nossa juventude se torna cada vez mais vitima desse consumismo exacerbado. Jovens, muitas vezes pertencentes a família com ótimas condições financeiras fazem parte do mercado  da prostituição de luxo, que muitas vezes se prostituem para manter suas extravagancias. Jovens de periferia roubam, traficam para comprar desde aparelhos eletrônicos até roupas de marca, que sua condição financeira não os permite.    Eles Adquirem esse bens para “ostentar”, normalmente para usá-los para reuniões de jovens, nos chamados “rolezinhos”, que tomam conta dos shoppings do Brasil.
 Os malefícios dessa sociedade capitalista não atingem somente as pessoas, mas também ao nosso planeta que já mostra sinais de esgotamento, devido a toda exploração de suas matérias primas e toda poluição causa tanto pela fabricação desenfreada de produtos como pelo seu descarte.Precisamos mudar o modelo seguido em nossa sociedade ou daqui alguns anos não teremos mais onde armazenar todo lixo, além de muitos problemas ambientais. Temos que nos reeducar e adotar um modelo do Consumerismo que ao contrário do consumismo, apoia o consumo racional e controlado, baseando-se nos valores ambientais e sociais, pensando não somente em nós, mas também nas gerações futuras.

segunda-feira, 14 de abril de 2014




Paradoxo Consumista Moderno

  No mundo atual, com a produção em larga escala de produtos e que advém dos avanços tecnológicos e da melhoria dos processos de produção, vivenciamos uma avançada etapa de desenvolvimento industrial que nos moldes capitalistas se reflete em um consumo massivo de bens e serviços, dando origem ao termo “sociedade de consumo”, que se caracteriza pelo desejo incansável de se produzir novidades afim de atender a insaciável vontade de se consumir de uma forma padronizada e massificada onde se consume o que se está na moda como forma de inclusão social. Este contexto no mundo globalizado onde as desigualdades socioeconômicas são enormes, criou-se uma necessidade sem procedentes de que precisa-se “ter” para “ser”.

  O conceito de vida do "ter" e do "ser" é bem definido pelo psicanalista Erich Fromm na sua obra Ter ou Ser, na qual ele faz uma análise deste paradoxo social. Para Fromm o conceito do "ter" define a postura do indivíduo agindo exclusivamente com intuito de acumular bens privados sem que haja necessariamente objetividade nestas aquisições. O indivíduo passa a fundir sua identidade existencial as aquisições materiais feitas ao longo da vida.

"No modo ter, não há relação viva entre eu o que eu tenho. A coisa e eu convertemo-nos em coisas, e eu a tenho porque tenho o poder de fazê-la minha. Mas há também uma relação inversa: ela tem a mim, porque meu sentido de identidade, isto é, de lucidez, repousa em meu possuí-la. O modo ter de existência não se estabelece por um processo vivo e criativo entre o sujeito e o objeto; ele transforma em coisas tanto o sujeito, como o objeto. (FROMM, p.88)"


  Já no que diz respeito ao modo de vida do "ser", a base conceitual está lastreada no íntimo humano que se apresenta de forma subjetiva, onde há preponderância na valorização da expressão das suas emoções, sentimentos e pensamentos. Neste modo de vida é a expressão de subjetividade do indivíduo que importa.

"O modo ser tem como requisito a independência, a liberdade e a presença de razão crítica. Sua característica fundamental é a de ser ativo, não no sentido de atividade externa, de estar atarefado, mas no  sentido de atividade íntima, de emprego criativo dos poderes humanos. Ser ativo significa manifestar as faculdades e talentos no acervo de dotes humano de que todo ser humano é dotado, embora em graus variados. Significa renovar-se, evoluir, dar de si, amar, ultrapassar a prisão do próprio eu isolado, estar interessado, desejar, dar. Contudo nenhuma dessas experiências possa ser expressa em palavras. (FROMM, p.97)"

  Com a globalização da economia e dos processos produtivos uma radical transformação ocorreu nas estruturas e nos fatores produtivos no mundo inteiro. As características desta mudança podem ser resumidas em alguns pontos: tendência ao imaginário dominante das mídias; criação de polos sociais devido ao disparate financeiro; personificação do consumo como expressão social. As mudanças geram impacto na vida social, na cultura, no trabalho e em toda cadeia produtiva e de consumo. Mudam-se os valores neste contexto social: é o novo, o efêmero, o individualismo que passa a valer como expressão social.

  Em termos sociólogos, o ato de consumo se caracteriza como forma de “ação social”, onde o padrão de consumo acaba por definir em qual grupo social o sujeito se insere. Esta inserção a grupos sociais, é descrito pelo sociólogo alemão Georg Simmel como sendo possível graças ao poder que o dinheiro exerce nas interações sociais, no que tange a liberdade de “mobilidade interior e exterior” e na autonomia da personalidade.


“[...] a economia monetária possibilitou inúmeras associações que demandam de seus membros apenas contribuições em dinheiro, ou orientam-se por um mero interesse monetário. Desse modo, de um lado foi permitida a pura objetividade na condução da associação [...] o sujeito foi libertado dos laços restritivos, porque agora está vinculado ao todo [...] por meio do dar e receber” (SIMMEL, p.53)

 Em uma sociedade consumista, o status social define-se pelo poder econômico. A aceitação social passa a ser diretamente influenciada pelos grupos dominantes. O desejo de se inserir nestes grupos hegemônicos, faz com que o indivíduo passe a consumir baseado nestas referências, geralmente o distanciando do referencial de consumo do grupo ao qual realmente pertence. 

 Analisando o paradoxo consumista do "ter" em detrimento do "ser" em uma ótica filosófica, é possível ver o distanciamento do indivíduo consumista dos princípios éticos tão difundidos pelos pensadores ao longo da história, vale ressaltar dentre eles Sócrates e Aristóteles. Ambos acreditavam em uma felicidade interior para o indivíduo respaldado pelo seu caráter e suas virtudes, que direcionaria as condutas do indivíduo. Para Aristóteles nós somos reflexo das nossas condutas e decisões, e isso nos leva a pensar no real propósito de quem vende seu corpo atrás da prostituição afim de manter um patamar de vida ao qual não pertence, ou na configuração familiar do casamento baseado em união de bens e não de indivíduos como descrito por Erich Fromm:

"Agora, em vez de amar um ao outro, ajustam-se para possuir o que possuem juntos: dinheiro, posição social, casa, filhos. Desse modo, em certos casos, o casamento iniciado na base do amor, converte-se numa propriedade amigável, uma empresa em que os dois egoísmos juntam-se num interesse: o da 'família'. (FROMM, p.61)"

 Por fim, fica a mensagem de Erich Fromm para uma reflexão sobre a alienação ao qual o indivíduo é exposto nesta atmosfera consumista:

"Essas pessoas não sabem que ao desfazer-se das muletas da propriedade, podem começar a utilizar suas próprias forças e andar por si mesmas. O que as mantém atadas é a ilusão de que não poderiam andar por si mesmas e que entrariam em colapso se não estivessem amparadas pelo que possuem. (FROMM, p.98)"